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Page:Cartas tupis dos Camarões.pdf/25

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REV. DO INST. ARCH. E GEOG. PERN.

^ (s) Por outras palavras: « Por amor de vós ando muito sentido, vendo vós afastados de nós. » Johannes Eduards traduzio: « Estou muito triste por vossa causa, vendo vos apartar de nós. »

 

^ (t) Em outros termos: « Não sois vós, por ventura, verdadeiros parentes nossos ? »

O traductor hollandez disse: «... não sois o nosso mais proximo parente consanguineo? »

 

^ (u) Traduzindo mais livremente: « Não fazemos mal contra vós, assim tambem não deveis tentar nem fazer mal contra nós outros. » Johannes Eduards traduzio differentemente: « Porque ambos nós nos odiaes? Nós não vos faremos mal, tambem não nos façais mal. » A primeira phrase interrogativa não existe no texto copiado, salvo se ao copista passou ella despercebida, o que é bem possivel; sendo para notar que o ministro hollandez traduzio directamente do original, ao passo que nós o fazemos agora de uma copia de copia.

O missivista, como se sabe, dirige-se a Pedro Poty, chefe dos po-
tyguaras dissidentes a que se ligára Antonio Paraupaba. E’ possivel que a phrase, omittida na copia, mas conservada na traducção hollan-
deza, se refira a ambos esses chefes: « Porque ambos vós nos odiaes ?»

 

^ (v) Dando outra disposição ás palavras: « Vae esta carta do Capi-
tão-mór para ti e mais uma de outro capitão-mór para Antonio Parau-
paba. » Por esta phrase se ve que alem da carta do missivista, que ora se traduz, outras duas seguiram pelo mesmo emissario, uma escri-
pta pelo capitão-mor Antonio Pinheiro Camarão para Pedro Poty e uma segunda escripta por outro capitão-mór para Paraupaba.

A phrase tupi do texto copiado não offerece duvida a este respeito. Entretanto, a traducção hollandeza diz: « Esta carta vae para vós, o capitão-mór e uma outra segue para o outro capitão-mór Antonio Pa-
raupaba. »

 

^ (x) A phrase tupi, se o texto copiado não está adulterado, significa o seguinte: « Permitta Deus e o faça em breve que nos tornemos a vos considerar christão outra vez. « A traducção hollandeza diz mais suc-
cintamente: « E que o Senhor permitta que de novo vos possamos cha-
mar christãos,... »

 

^ (y) Em outros termos: « Quanto nos alegrariamos então! » O tra-
ductor hollandez diz: « ... quanto nos alegrariamos se assim fosse. »

 

^ (z) Traducção livre: « Estas duas mulheres que vereis, mandei-as levar a vós outros noticias e ellas que te contem onde eu estou. »

Aqui se entende bem, que os emissarios secretos, portadores das cartas, foram duas mulheres, as quaes, alem das noticias verbaes que deviam transmittir a todos, e por isso é que na missiva se emprega a expressão peème que quer dizer a vós outros, deviam decerto reser-
vadamente, contar só ao destinatario (dahi o emprego da expressão ndebe a ti), o logar onde se achava o missivista. Quer isso dizer