representação gráfica. O texto, pois, deve ler-se como o indicam os símbolos usuais da ortografía portuguesa, pronunciados como nos dialectos trasmontanos; isto é:
ou é ditongo (ôo) e difere portanto de ô.
x sôa como em xadrez.
ch vale por tx, próximamente.
ç e z proferem-se como no sul do reino, mas z final soa como g.
s inicial e ss medial profere-se quasi como x; s medial quasi como j. Este último som mantém-se aos quando há supressão da vogal que o precede em português, como em ´Sabel, por exemplo, em vez de Isabel.
Particularidades especiais da pronuncia do mirandês são as seguintes, que se devem ter em consideração:
ô, ê são quasi u (do inglês full), i (do inglês fill).
ó, fica entre ó português de córte, e ô de côrte.
As vogais nasais finais, ou antes de outras vogais, estão representadas por (~): ã, ẽ, ĩ, õ, ũ; não há os ditongos nasais ão, ãe, ẽ, (em), õe, ũe; e antes de l da mesma sílaba conserva o som que tem em português nas sílabas fracas, como em levar, sepultar, me, se, de, lhe.
Qualquer português, se atender a estas observações preliminares, pode ler com suficiente correcção êste texto e os que se lhe seguirem, pois que em todos eles conservaremos a mesma escrita.
Remataremos estas palavras preambulares dizendo que o tradutor, em nossa opinião, presta á literatura patria com estes trabalhos um assinalado serviço, pelo qual merece muito louvor.
A. R. GONÇALVES VIANNA
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CAPÍTULO I
1. Puis que fôrũ na berdade múitos los que emprendirã poner ã órdene la narraciõ d'las cousas que antre nôs se birũ desampenhadas,
2. Cumo no las cuntórũ los que desde el prencipio las bírũ cũ sous propios ôlhos e que fúrũ menistros d'la palabra:
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