Jump to content

Page:Revista de educação e ensino (Vol. 9).pdf/156

From Wikisource
This page has been proofread.
152
REVISTA DE EDUCAÇÃO E ENSINO

representação gráfica. O texto, pois, deve ler-se como o indicam os símbolos usuais da ortografía portuguesa, pronunciados como nos dialectos trasmontanos; isto é:

ou é ditongo (ôo) e difere portanto de ô.

x sôa como em xadrez.

ch vale por tx, próximamente.

ç e z proferem-se como no sul do reino, mas z final soa como g.

s inicial e ss medial profere-se quasi como x; s medial quasi como j. Este último som mantém-se aos quando há supressão da vogal que o precede em português, como em ´Sabel, por exemplo, em vez de Isabel.

Particularidades especiais da pronuncia do mirandês são as seguintes, que se devem ter em consideração:

ô, ê são quasi u (do inglês full), i (do inglês fill).

ó, fica entre ó português de córte, e ô de côrte.

As vogais nasais finais, ou antes de outras vogais, estão representadas por (~): ã, , ĩ, õ, ũ; não há os ditongos nasais ão, ãe, , (em), õe, ũe; e antes de l da mesma sílaba conserva o som que tem em português nas sílabas fracas, como em levar, sepultar, me, se, de, lhe.


Qualquer português, se atender a estas observações preliminares, pode ler com suficiente correcção êste texto e os que se lhe seguirem, pois que em todos eles conservaremos a mesma escrita.

Remataremos estas palavras preambulares dizendo que o tradutor, em nossa opinião, presta á literatura patria com estes trabalhos um assinalado serviço, pelo qual merece muito louvor.

A. R. GONÇALVES VIANNA

.


CAPÍTULO I

1. Puis que fôrũ na berdade múitos los que emprendirã poner ã órdene la narraciõ d'las cousas que antre nôs se birũ desampenhadas,

2. Cumo no las cuntórũ los que desde el prencipio las bírũ cũ sous propios ôlhos e que fúrũ menistros d'la palabra:

Digitized by Google