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Page:Poesias de Dom Pedro II.pdf/92

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SONETO.

 

Por Sully Prudhomme.

 

A Ursa, archipelago de mar sem praias,
Muito antes de ser vista scintillava,
Inda o pastor chaldêo nāo vagueava,
E, alma anciosa, o corpo nāo ensaias.

Innumeros vêem, por tempo que nāo tem raias,
Sua remota luz que já os deslumbrava;
Indifferente á vista que a scrutava,
Brilhará a Ursa, quando, oh ultimo morto, caias!

Nāo tens feiçāo christāa , espanto és do crente,
Fatal figura, de rigor algente,
Sete aureos cravos em panno enlutado.

Teu medido vagar, frigida luz,
Vem turbar minha fé, e isto m՚induz
A ver porqu’eu á noite tenho orado.