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PANGE LINGUA..
Canta, oh lingua, do glorioso
Corpo seu o mysterio,
E do sangue precioso,
Que d’este mundo em premio,
De seio tāo generoso
Dá Deus qual refrigerio.
Dado a nós, p’ra nós gerado
Da Virgem sem macula,
C’os homens tendo tratado,
Sparsa ao verbo a facula,
Seu viver ’stá terminado
De forma miracula.
A ceia, ultima scena,
Com os irmāos deitando-se,
Obedecendo á lei plena
Conforme a lei cibando-se,
Manjar á turba duodena
A si vae dando-se.
Carne o verbo, pāo real,
Com o verbo muda-se;
Vinho a Christo o sangue val;