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Page:Flores Mirandezas.pdf/32

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NOTAS

conhecido no resto do país[1]. Muitas pessoas, a quem tenho mostrado trechos nessa lingua, objectão-me que ella representa uma mistura de gallego ou de hispanhol; mas o que eu concluo é que taes pessoas

  1. Folgo de transcrever aqui, com a devida venia, um fragmento de uma carta que o meu presado amigo e distincto escriptor transmontano, Manoel Sardinha, me dirigiu ha dias: ... « Iôu mesmo, qe ſei biêm este dialecto, ſolo agora , gracias al bǔôſo bum eizemplo, i tamĭêm al bum gusto que m'apeghestes, ampeço a descubrir filones d'ouro nesta antressantissima lhêngua , qe se tém cunſervado staçionaria, cumo las jentes sěnzĭêlhas que la fálã, Dius ſabe quantos seclos habrá yá. I todo esto debemos nuzoutros, los anfelizes mirandezes, a los gubernos paternales del rei nǔôſo ſinhor , que ſĭêmpre nos hã despreziado, i a los ſabios num menos paternales de las nuôſas academias, que nim seqĭêra sabem de la eizistençia de tal mina, esto yê, de tal lhêngua. Bergonha aterna a todos eilhes!... ». — Devo notar que ha alguma differença entre a linguagem de S. Martinho de Angueira, onde vive Manoel Sardinha, e a de Duas-Egrejas, que é a de que me eu sirvo.